Origem dos barcos Rabelo

Muitos anos antes do surgimento das estradas e dos caminhos de ferro, os barcos Rabelo foram muito usados historicamente no rio Douro, em Portugal. O rio não era sereno como observamos atualmente, ele era revolto com uma corrente turbulenta e com a construção das barragens as águas acalmaram. 

Estes barcos surgiram no século XVIII e eram usados para transportar o vinho do Porto, das vinícolas localizadas no Douro até às caves de armazenamento no Porto.  

Devido às águas turbulentas do rio Douro, os barcos Rabelo apresentavam: 

• Vela quadrangular que facilitava no movimento mais ágil durante a viagem 

• Extremidades mais altas para evitar que a água entrasse dentro da embarcação 

• Construção em madeira proporcionando resistência e flexibilidade nas águas do Douro. 

• Capacidade de 40 a 100 pipas (10 a 15 toneladas) e uma tripulação de 12 homens que se distribuía para que o barco mantivesse o seu equilíbrio. 

• Casco largo e plano que permitia-lhes navegar em águas rasas. 

A religião católica teve uma forte influência em Portugal na região do Douro, onde a maioria das pessoas dessa região eram muito religiosas. Os marinheiros e homens de coragem davam nomes religiosos aos barcos para expressar a fé e acreditavam que o nome dado protegeria o barco das tempestades e das tragédias, já que o rio era traiçoeiro e violento. 

Nos dias de hoje o evento mais representativo dos barcos Rabelos é a festa de São João que ocorre a 24 de junho, no Porto e Vila Nova de Gaia, com desfiles e celebrações ligadas ao vinho do Porto. Contudo existe também a Regata de Barcos Rabelos que consiste em réplicas dos barcos competirem no rio Douro como tradição marítima e relembrança da sua importância na história dos transportes de vinho. 

Concluindo os barcos, Rabelos tiveram um grande impacto na história do transporte de vinho regional e atualmente são usados para passeios turísticos em que pode admirar as vistas deslumbrantes da cidade e aprender mais sobre a história da produção do vinho do Porto, mergulhando na cultura e tradição local.